Ir. Thays Fontinelles, MSS
A regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) promoveu recentemente uma ampliada de Animadores de Núcleo, que trouxe à tona uma discussão crucial sobre a interseção entre a comunicação digital e a vida consagrada. Sob a orientação da Ir. Neusa dos Santos, assessora de Comunicação da CRB, o encontro abordou o tema “Comunicação Digital e Vida Consagrada: Presença Profética em Ambientes Virtuais”, destacando a necessidade de uma comunicação que seja relacional, humana e evangélica, inspirada pelos ensinamentos do Papa Francisco sobre o olhar atento ao outro.
Em um cenário de profundas transformações digitais que moldaram a sociedade nas últimas duas décadas, o encontro levantou a questão central: como manter uma presença profética em ambientes virtuais que frequentemente tendem ao individualismo, dispersão e hostilidade? A resposta sugerida foi a de superar o medo e, com sabedoria, explorar as mídias digitais para comunicar com esperança, comunhão e escuta genuína. A Ir. Neusa ressaltou o encorajamento do Papa Francisco para que a Igreja utilize as redes sociais como um espaço de diálogo e anúncio da Boa Nova, enfatizando que a comunicação digital, apesar de seus desafios, é um campo fértil para a troca e construção coletiva de valores.
Entre os pontos de destaque, discutiu-se a importância da comunicação estratégica como ferramenta de mudança e missão, a centralidade do ser humano na comunicação, a necessidade de desarmar discursos violentos e o papel da escuta profunda. O encontro também enfatizou a esperança como uma virtude ativa, que impulsiona a confessar Cristo com respeito e ternura. A prática do “hopetelling“, ou seja, contar histórias que inspiram esperança e promovem valores, foi apresentada como uma poderosa forma de evangelização no mundo digital, um chamado aos consagrados a serem peregrinos da esperança e a combaterem o individualismo.
Para finalizar, a discussão se estendeu aos desafios e possibilidades da inteligência artificial. Foi consenso que essa tecnologia pode ser uma aliada valiosa para a missão da vida consagrada, desde que sua utilização seja pautada pela ética, discernimento e espírito evangélico. Em um mundo cada vez mais conectado, a mensagem central é que a vida consagrada deve abraçar as ferramentas digitais com sabedoria, transformando-as em canais para disseminar a esperança e a comunhão.